quinta-feira, 3 de março de 2011

Às vezes vale a pena o silêncio
Pra (se) escutar

Sozinho o vazio do som nunca estará
Sempre terá o pensamento que fala sem poluir o ar
E aquele que se confunde com o barulho que não há

A leveza do silêncio se mistura com o peso da ausência de som

Nesse momento, a cabeça quer falar e o coração, calar
Às vezes ele simplesmente quer bater
Não importa se está no compasso

Por hora vale a pena a leveza do barulho

Colorido eterno

Se tanta alegria não fosse mera fantasia
Não seria carnaval

Não é fingimento
Apenas poesia de alguns dias de folia

Todo ano tem e sempre faz um bem
Aos que sabem brincar

No fim, acabamos por acreditar

Mesmo depois da quarta-feira
O colorido só vai embora quando o carnaval voltar.

domingo, 14 de novembro de 2010

Nas costas do mundo

É fácil olhar e não ver.

Dificil esquecer,
É quando se sente.

Jornais, revistas, televisão.
Sentem por eles.
Nós assistimos sentados.
No sofá.

O caos,
Sente por nós.
E nos ama.
Ama os que querem,
Mas acham que um é pouco.

Pra mudar o mundo.

Acham que podem.
Querem.
Que sentem.
E enxergam tudo.

Só sabe quem sofre.
Na pele.

O papel do jornal não chora.
E só tem a fome de vender.
A notícia que faz chorar.
E sentar.
Acomodar para não incomodar.
A vida que tem seguir.
E os que gostam só de olhar.

Cada um por si.
Por todos, ninguém.

Assim se esvazia o sentido.

Todos os dias,
Morre comigo a dor que eu não sinto.
Fica a esperança,
De um dia ser grande o suficiente
Para levantar do sofá.

Se a nossa leveza fosse carregada pelas costas do mundo,
Eu não precisaria levar seu peso comigo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Há males que vêm para o bem

As lágrimas, pela flor.
A dor, pela certeza.
As palavras, por outras mais leves.
A saudade, pelo futuro.
A mágoa, pelo perdão.
O medo, pelo beijo.
O escuro, por um aconchego.
Um dia, por uma vida inteira.

O amor, por nada.

domingo, 24 de outubro de 2010

Junto (a) todos os clichês de amar

Se os ares tivessem sempre seu perfume,
Seria, minha alma, feliz em todos os lugares.
Você está perto.
Por muito tempo,
Sou mais feliz.

O seu sorriso, levo comigo.
Junto a sua vontade de me ver sorrir.
A nossa vontade de estar.
Juntos.
Sempre.
Pra sempre.
Junto (a) todos os clichês de amar.

Medo há.
Do tempo passar.
Levar.
Transformar.
Acabar.

O que resta, contra ele, é viver.
Acreditar.
Renovar.
Instigar.
Cuidar.
Sorrir.
Transmitir.
Olhar.
Tocar.
(...)

São mais verbos.
Dá mais trabalho.
Vale mais a pena.

Um cheiro.
Um sorriso.
Poucas palavras.

Por muito tempo,
Somos mais felizes.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

2010.2

Do tempo em que eu tinha o tempo esculpido por mim,
para mim,
restará apenas uma louca nostalgia.
Estranha liberdade com traços de tédio,
ócio criativo, paz e futuro.
Única.

Nunca só por mim. Só minha.
E do mundo.
De tudo que veio antes e depois.

Pelos livros escolhidos ao acaso, lidos com fervor.
Pessoas e suas palavras. Minhas palavras.
Escolhidas a dedo. A mão. A corpo inteiro. A vida inteira.

Tão estranha liberdade.
Restringida há alguns merecidos meses só meus.
Preenchidos sem grandes obrigações.
Com grandes pensamentos.

Antes. Depois. Palavras. Minhas. Suas.

Tempo de ser feliz. Ser por inteiro.
Ser o que virá, antes de sê-lo de fato.
Ser o inesquecível, antes da lembrança.
Ser feliz.

Viva tão estranha liberdade.
Aprisionada por palavras.
Livre por não ter futuro.
Leve e pesada.
Encantadora.

Estranha. Minha. Feliz e única.

domingo, 6 de junho de 2010

Da vida pra dentro

Fazer diferente. A diferença.
Deixar. Pro futuro.
Em um papel. Vários.
Várias delas.

Não alimentam.
Não abrigam. Não matam a sede.

Mudar. Pensar. Sentir.

Conquistam-me quando sabem falar.
Fantasiam o que não se pode experimentar.
Calam-se quando basta um olhar.

Preenchem vazios.

Vestem-se de gritos por liberdade.
São cruéis. Hipócritas. Faladas da boca pra fora.
Pensadas da vida pra dentro.

Vividas.
Inteiras.
Metades.
Estilhaços,
de uma vida.

Idolatradas pelas suas ideias.
Odiadas pelo tom de voz.
Expressam falta. Ideais.

São.
Apenas palavras.

Isabella - 06/06/2010