domingo, 4 de outubro de 2009

Você tambem vê?

A vida tem uma beleza estranha. Move e paralisa. Esconde e brilha. É esquecida e ao ser lembrada, dói. Dói por ser efêmera e por sua ausência. Dói porque enquanto estava esquecida não foi apreciada e beleza que não tem espectadores, não é bonita. A beleza não depende dos olhos de quem vê, ela pode ser vista por qualquer um. Ela depende da forma como é vista. E nem sempre é feliz. A beleza também está na tristeza, na saudade, no que foi bom e não é mais. No passado, no presente e no futuro. A vida é atemporal e por isso é bonita. Quem diz que não se vive de lembranças, nunca viveu um grande amor e nunca foi capaz de enxergar a beleza do que passou. O futuro, por si só, diz pouco. Mas mesmo assim ele é vivo. Ele é capaz de mover o presente, mesmo quando a tal beleza da vida é esquecida. Apesar dessa temporalidade brilhar o tempo inteiro, o mais bonito é pensarmos na falta de explicação, na falta de racionalidade, que faz da vida um ser atemporal. As lembranças brilham tanto, que às vezes cegam e são esquecidas. Assim como a beleza. Será então, que se a enxergássemos o tempo inteiro, ela continuaria tão bonita? Provavelmente estaríamos cegos do mesmo jeito. A cegueira aguça os outros sentidos e move o mundo. Ela é capaz de construir coisas sem brilho, sem o doce brilho das palavras que também foram construídas pelo que não podemos ver. Mas são bonitas. Dependendo da forma como são vistas e sentidas.